Os teus gestos faziam lembrar-me algo...
Movias-te com gestos definitivos, mas frágeis como vidro.
Cabelo loiro, quando os raios solares te insidiam.
Olhos verdes musgo, que lembravam o cheiro da terra molhada.
Lábios avermelhados, um pouco salientes.
Parecias alguém...
Não percebi porque me olhavas daquela maneira...como se me esperasses...
Aproximei-me.
«Desculpa ...eu conheço-te?»
«Não» -Respondes-te.
«é que...fazes-me lembrar algo.»
«Alguém.»- Disseste
«Sim. Mas eu nunca te conheci...»
«pois não»- Respondes-te.
«nao entendo...»
«Eu sei.»- Afirmas-te.
«Como assim?»
«Eu sei tudo.»- Respondes-te.
E confundiste-me...
«Tenho de ir...»
Virei costas e iniciei o meu percurso de escapatória.
«Eu sou TU....Sou tua Gémea.»- Gritas-te
Virei-me com o coração aos pulos...
No teu lugar estava um espelho que me reflectia...
«Eu sou...Nada. E tu és Nada.»- Disse a imagem reflectida no espelho com um simples desviar de lábios.
Espelhaste-me. Tinhas razão com as tuas respostas.