Encontrava pessoas nas ruas que eu percorria...
Não conseguia que o meu corpo me
A gente empurrada pelos meus pesados ombros diziam algumas palavras...insultos, acho eu.
Não os ouvia.
Continuava o meu percurso.
De repente, senti algo a inuvuar-me a vista.
Levei os meus dedos ao meu rosto.
Olhei para as minhas mãos...estavam molhadas...
Eu estava a
« Besta »- Disse eu em voz alta para mim.
Tentei continuar o meu caminho, mas a minha visão continuava nublada.
Parei no meio duma rua cheia de pessoas atarefadas que iam constantemente contra o meu corpo.
Ouvi algo...
« MIÚDA VÊ POR ONDE ANDAS! »
Com a vista inundada estiquei as mãos e agarrei alguém...
« EU NÃO SEI! EU NÃO TENHO CAMINHO! EU NÃO CONSIGO VER NADA! »- Respondi com várias pausas.
« Punk drogada. » - Disseram-me.
Os meus olhos ardiam...
Deitei-me no chão... A minha visão regressou.
Olhei á minha volta...As pessoas passavam e olhavam para mim como se eu fosse doutro mundo.
Talvez eu fosse de outro mundo.
Deitada, com a cabeça elevada, olhei para o céu.
Um maravilhoso céu cheio de nuvens acinzentadas...começou a chover.
Uma chuva gelada própria de Inverno, que arrepiava o meu corpo coberto apenas com uma camisa Branca, uma gravata e umas calças Pretas.
Deixei que cada gota de chuva caísse como agulhas nos meus olhos e lavassem as minhas salgadas lágrimas.
Fiquei apenas ali...parada, deitada sobre aquela molhada rua.
Estive tão ocupada a viver no inferno que nem reparei que o céu, quando chove, fica tão perto de nós.
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